Plasticidade e Aprendizagem

 

 

Inicialmente a organização cerebral e o funcionamento do sistema nervoso eram considerados definidos geneticamente, isto é, o homem teria um programa predeterminado que definia a sua estrutura e as funções das várias áreas. O que caracterizava o cérebro era a estabilidade das suas conexões, que eram consideradas imutáveis e considerava-se também que o cérebro era um órgão que atingia o auge da sua capacidade e força ao fim da puberdade e que estaria condenado a degradar-se progressivamente à medida que a idade avançava.
 
 
 
Com o avanço da ciência demonstrou-se que o cérebro é um órgão maleável, modificando-se com as experiências, percepções, acções e comportamentos do Homem, ou seja, a relação que o Homem estabelece com o meio produz modificações no sentido de uma adaptação mais eficaz.
 
 
 
Foi através da maleabilidade do cérebro que foi possível chegar ao conceito de plasticidade cerebral, a capacidade do cérebro se remodelar em função das experiências do sujeito, em reformular as suas conexões em função das necessidades e dos factores do meio ambiente, permitindo assim uma aprendizagem ao longo da vida.
 
           
 
Para comprovar a plasticidade do cérebro foram realizadas investigações com cegos adultos,  as experiências feitas com cegos adultos que começaram a aprender Braille vieram provar a neuroadaptabilidade do cérebro, ou seja, as informações provenientes do dedo que lê Braille activavam também as partes dos córtex visual.
 
 
 
Outra prova da plasticidade cerebral é que quando determinadas áreas sofrem lesões que comprometem as suas capacidades, outros neurónios que se encontram nas zonas vizinhas assumem as funções das áreas danificadas.
 
 É este carácter plástico do cérebro humano que o disponibiliza para a aprendizagem ao longo de toda a vida.